Justin Bieber é dos cantores e artistas mais (re)conhecidos do panorama musical de hoje. Famoso desde a adolescência, há anos que vive uma vida de luxo e sucesso, em todos os sentidos. Mas isso pode ser apenas aparente, apenas o que nos salta à vista, e não o que ele de facto sente. Existe uma distância incomensurável entre a visão que uma pessoa tem de si e da sua vida e a forma como esse mesmo alguém é visto por aqueles à sua volta. E no caso de Bieber, pelo que temos visto nos últimos tempos, é precisamente isso que se passa.
Numa recente story do Instagram, o cantor desabafou acerca dos seus sentimentos invasivos. Como escreve, tudo em maiúsculas, ele tem-se sentido "INUNDADO EM ÓDIO", e que, para se livrar dele, a primeira coisa que tem a fazer é reconhecer a sua existência. Exatamente que ódio é este, isso fica por responder, aberto a interpretação. Este desabafo confessional não é o primeiro que o artista fez acerca de pensamentos e sentimentos menos positivos. No dia 13 de março, outra story partilhava o seu síndrome de impostor: "sempre senti pessoalmente que não merecia. Como se fosse uma fraude. Como quando as pessoas dizem que mereço alguma coisa. (...) se eles ao menos soubessem os meus pensamentos. O quão sou julgador. O quão egoísta sou na realidade. Não diriam essas coisas". Assim, de desabafo em desabafo, Justin Bieber vai revelando um lado seu que não passa pela lente das câmeras: um lado mais introspetivo, inseguro e (talvez demasiado) autoconsciente.
Talvez para isto contribua o facto de não publicar um LP desde Justice, em 2021. Já os monges medievais sabiam que o ócio e a falta de vocação que se traduza em trabalho geram maus pensamentos. Nesse sentido, talvez lhe faça bem estar novamente (ou assim é-nos dado a entender) a trabalhar, a regressar à composição e aos concertos. A nós, pelo menos, é certo que faz muito bem.
