O Natal é mesmo uma época marcante. A imagem mais comum, que se tem dele, a que mais nos é dada a ver, é sempre igual: uma casa quentinha, a família em conjunto que sorri agradecida pelo tempo passado com os que mais se ama, comida deliciosa e lá fora, em contraste, um frio de rachar. Esta imagem conhecemo-la todos - é-nos dada pelos filmes, músicas e anúncios todos os anos. Não é por isso a realidade - ou, pelo menos, a única realidade.
E Kim Kardashian parece querer mostrar isso mesmo. Nesta sua nova versão do clássico “Santa Baby”, a norte-americana canta num sussurro descomprometido, distante, indiferente. Um simples piano acompanha a sua voz. E assim se faz uma canção de Natal que nada tem de lareiras quentinhas e prendas amorosas, sininhos e coros alegres.
Além disso, o vídeo é tudo menos um cliché. Contrariando a imagem clássica do Natal feliz, Kardashian dá-nos um vídeo com má qualidade de imagem (obviamente propositado), como um vídeo amador. Numa casa caótica e confusa, completamente desgovernada, a socialite rasteja por elfos barbudos, uma Virgem Maria com o burro e outras figuras um pouco menos natalícias (inclusive a aparição inesperada do ator Macaulay Culkin, protagonista do clássico de Natal Sozinho em Casa) . Mas tudo isto é triste, gasto, feio. Qualquer forma de amor está ali ausente, qualquer festejo cessa ali.
A palavra de ordem é “decadente”, um Natal decadente entre desinteresse, fumo e confusão. Kim Kardashian oferece-nos assim, o que é muito pouco comum no mundo da fama global, uma imagem muito diferente do Natal comercial - uma imagem que, quem sabe, corresponde à realidade de mais do que apenas alguns. Vale bem a pena espreitar aqui.