Emilia Pérez é o filme com mais nomeações para os Oscars de 2025. Mas é também, provavelmente, o mais polémico. Primeiro, foram críticas vindas do povo do México, que se sentia ridicularizado pelo filme e por quem o fez; depois, também a comunidade LGBTQIA + se sentiu mal representada. A juntar a isso, a protagonista, Karla Sofía Gascón foi acusada de racismo e xenofobia (principalmente contra os muçulmanos e o Islamismo) por publicações nas redes sociais descobertas pela jornalista Sarah Hagi.
E os pedidos de desculpa e tentativas de esclarecimento não foram suficientes. A maioria não foi convincente, tanto por parte da atriz como do resto do elenco e pessoal do filme. E é assim espantoso como um dos maiores sucessos dos últimos tempos - um filme não anglo-saxónico que era candidato ao maior número de prémios - conseguiu perder toda a sua reputação em tão pouco tempo. Sofía Gascón, a primeira mulher trans de sempre nomeada para o Oscar de “Melhor atriz principal”, sofreu o mesmo destino.
E tanto assim foi, que mesmo quem bancou o filme e o tenta promover deixou cair a sua estrela. A Netflix omitiu completamente a atriz da sua mais recente atualização da campanha para os Oscars, que lançou nesta segunda-feira. No seu lugar, foi Zoë Saldaña (nomeada para “Melhor atriz secundária”) que passou para primeiro plano. Saldaña que, entretanto, já se distanciou publicamente da colega. Além disso, Gascón não fará parte de uma viagem até Los Angeles para promover o filme. Segundo as fontes, "não há grande interesse por parte da Netflix em proporcionar as cortesias habituais oferecidas por um estúdio a alguém nomeado para os Óscares, como transporte e alojamento, para facilitar a sua presença nos restantes encontros da temporada de prémios".
E assim se vê como os ditados populares têm muita razão, e é mesmo MUITO fácil passar de bestial a besta.
