Como se sabe, todos os artistas de que aqui falamos têm contratos com editoras. São essas editoras que pagam os custos do disco (que são grandes) e decidem vários aspetos da vida pública dos seus músicos. E acontece também que a quantidade de música produzida seja igualmente determinada pelos contratos que cada músico tem com a sua editora.
Ora bem, SZA veio no dia 4 para a sua conta X escrever: “Para cumprir os requisitos [do meu contrato] de fazer mais 2 álbuns, acho que só quero fazer música pacífica para crianças e sair daqui”. E ainda acrescentou que, depois disso, quer dedicar-se à agricultura e doar os excedentes às comunidades subdesenvolvidas.
São declarações estranhas - inesperadas, sobretudo. Será verdade que SZA esteja mesmo farta do hip-hop e do mundo da música e do espetáculo? É de lembrar que o seu último lançamento, Lana, está a ser um sucesso constante e, parece, interminável. Além disso, a versão original, SOS, é quase um marco na música dos últimos anos. Será possível alguém fartar-se de tanto sucesso? E outra: porquê música infantil? Como passar do rap a música para crianças, de ser uma Queen Latifah a um Avô Cantigas?
A verdade é que não se sabe sequer o conteúdo do contrato de SZA - isso é privado, e não sabemos quantos álbuns é que a cantora deve publicar com a sua editora para se poder livrar dela… Mas sabemos que questões destas não são novidade e que cantores tão míticos quanto Van Morrison ou Marvin Gaye tiveram envolvidos em situações parecidas.
É claro que, no final de contas, SZA pode estar simplesmente a gozar connosco. Bem, os próximos anos dirão. Até lá, temos Lana e SOS para curtir - e que parecem mostrar que, entre agricultura e música, SZA está na profissão certa.