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Uma lenda viva destratada nos Grammys

Milton Nascimento não teve direito a lugar na sala principal dos Grammys, embora estivesse nomeado.

Milton Nascimento é uma lenda viva da música (não só brasileira, mas mundial). A sua voz angelical toca qualquer um, e alguns dos seus discos são ainda hoje uma grande inspiração para artistas de todo o mundo. Desconsiderar um homem assim só pode ser reprovável - e, infelizmente, esse foi um erro em que os Grammys caíram no domingo.

O cantor brasileiro estava nomeado para a categoria “Melhor álbum vocal de jazz”, que fez com a norte-americana Esperanza Spalding, pelo disco Milton + esperanza. E o problema é que, se Spalding tinha um lugar reservado numa mesa na sala principal da gala, já Milton Nascimento deveria tomar lugar na arquibancada, longe dos outros nomeados (incluindo a sua companheira de trabalho). No dia anterior à cerimónia, quando ficou ciente do que se passava, o artista decidiu não ir ao evento, não só pela falta de respeito que sentiu, mas ainda pelo difícil acesso aos lugares que lhe tinham sido reservados (ele que já não vai para novo).

Como resposta à situação, tanto a norte-americana como o Governo Brasileiro se fizeram ouvir. “Estou zangada por esta lenda viva não ter sido considerada suficientemente importante para se sentar”, escrevia Spalding nas redes sociais; e, durante a cerimónia, colou uma fotografia do colega a um banco da mesa a seu lado e escreveu em baixo: “Esta lenda viva devia estar sentada aqui”. Já o Governo Brasileiro repudiou o (des)tratamento ao cantor, afirmando: “A decisão da Academia de posicioná-lo num local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira”.

E assim os Grammys, no meio de tanto brilho, luxo e beleza, não deixaram de - para alguns menos espalhafatosos - ficar mal vistos.

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