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Dez figuras que podem marcar Pequim 2022
Associated Press

Dez figuras que podem marcar Pequim 2022

Eis as nossas apostas para o que poderá acontecer nos Jogos Olímpicos de Inverno.

Começa amanhã em Pequim mais uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, uma autêntica congregação internacional dos melhores esquiadores, patinadores e pilotos de trenós de todo o mundo.

Baseado em factos, fizemos as nossas apostas para aqueles que se poderão destacar nestas Olimpíadas sobre mantos brancos montanhosos e pistas de gelo.    

Marco Odermatt (Suíça) - esqui alpino
Marco Odermatt é um forte candidato a subir várias vezes ao pódio olímpico, talvez para ouvir o hino da Suíça mais do que uma vez, no lugar de nº1. Está a fazer uma grande temporada no circuito internacional, em giant slalom e super-g, competições onde poderá vencer a medalha de ouro em Pequim, não descurando um brilharete no downhill. Há hoje poucos esquiadores mais completos que este promissor suíço.

 

Anastasia Mishina & Aleksandr Galliamov (Rússia) - patinagem artística
Esta dupla está a dominar a competição de pares: atuais campeões nacionais da Rússia (o que não é assim tão fácil), atuais campeões do mundo e, agora, atuais campeões europeus. É tal a sucessão de movimentos triplos no gelo que apostar neles para o ouro olímpico é quase como - passe a redundância - uma tripla no Totobola. 

 

Suzanne Schulting (Países Baixos) - patinagem de velocidade em pista curta
É um dos maiores fenómenos do desporto destes tempos. Só para se ter uma ideia, Suzanne Schulting obteve o pleno de todas as competições femininas no Mundial do ano passado: cinco medalhas ouro em cinco possíveis, em 500 metros, 1000m, 1500m, 3000m e estafeta de 3000m. Tem tudo para se tornar numa das grandes heroínas de Pequim 2022. 

 

Mélodie Daoust (Canadá) - hóquei no gelo 
Ao longo da sua carreira, tem feito campanha para que mais mulheres adiram à mais popular modalidade coletiva de inverno, o masculinizado hóquei no gelo. Vinda de um dos países onde o hóquei no gelo é o desporto-rei, o Canadá, o seu percurso glorioso é ele próprio um estímulo para que mais mulheres peguem nos sticks e patinem nas pistas de gelo com bravura. Mélodie Daoust vai cumprir as suas terceiras Olimpíadas, tentando reconquistar a medalha de ouro conseguida em 2014. Ela é a principal estrela do grande favorito Canadá, campeão do mundo no ano passado. 

 

Francesco Friedrich (Alemanha) - bobsleigh
Tal como a patinadora de velocidade Suzanne Schulting, Francesco Friedrich está com passada larga para fazer história de forma épica no desporto mundial. Com as suas equipas de dois e de quatro, vai tentar repetir a façanha de ouro duplo alcançado nos Jogos Olímpicos de 2018. Desde 2017 que qualquer trenó pilotado por Friedrich domina mundialmente as corridas. Além de grande piloto e líder de equipa, Friedrich toma conta de toda a logística e finanças dos seus projetos desportivos. É uma verdadeira lenda.

 

Ryoyu Kobayashi (Japão) - salto de esqui 
A vitória recente do Torneio de Four Hills coloca Kobayashi como um dos principais candidatos a uma das medalhas de ouro nas disciplinas de pista longa e pista normal, dando continuidade a uma tradição vitoriosa do Japão no salto de esqui, iniciada em 1972 por Yukio Kasaya. 
 

 

Tiril Eckhoff (Noruega) - biatlo
As expetativas da delegação norueguesa são de um total de 32 medalhas nos Jogos Olímpicos de Pequim. Mas análises mais neutras preveem um sucesso ainda maior, que calcula cerca de 22 medalhas de ouro para o país escandinavo, num total especulado de mais de quarenta subidas ao pódio, com a probabilidade alta de se tornar no país dominador do medalheiro das Olimpíadas de Inverno, tal como aconteceu em 2018. 
Salvo algum percalço, uma das atletas que poderá contribuir para esse número elevado de medalhas para a Noruega é a biatleta de 31 anos Tiril Eckhoff, já campeão olímpica em 2014, em estafetas mistas. No ano passado, Eckhoff teve o seu maior desempenho desportivo de sempre, dominando mundialmente várias competições individuais, como o sprint (7,5 km) ou a perseguição (10 km). Há ainda outro empurrão para a esquiadora e atiradora subir ainda mais vezes ao pódio, graças às fortes equipas de estafetas da Noruega, que é a maior potência mundial do biatlo (e até, quem sabe, dos Jogos Olímpicos de Inverno).  

 

Melanie Barbezat (Suíça) - curling
É difícil fazer prognósticos no curling, tal o equilíbrio competitivo entre as várias nações. Mas factos são factos e no plano feminino, a Suíça venceu os últimos dois mundiais, fazendo o pleno no "quatro ideal" em 2021. A principal estrela suíça e com as estatísticas melhores é Melanie Barbezat, na posição mais estratega de todas, de lead. Mas, aos 30 anos, falta-lhe a medalha olímpica.  

Johannes Høsflot Klæbo (Noruega) - esqui de fundo
Alcunhado de "cometa", o sucesso deste esquiador nórdico de 25 anos não se deve ficar pelo sprint, onde venceu uma das suas três medalhas de ouro olímpicas em 2018. Como dominador da classificação geral mundial de esqui de fundo, deve pôr os pés por várias vezes sobre o pódio. O facto de ser norueguês automatiza-o como medalhável nas competições por equipas, onde o seu país é favorito.   


Ayumu Hirano (Japão) - snowboard
É skater de verão, snowboarder de inverno. Praticamente, nasceu com uma prancha nos pés - um talento nato, dir-se-ia -, visto que desde os três anos desliza habilmente em half-pipes, com o incentivo do irmão mais velho. O seu pai, que era dono de uma loja de surf, também deu uma ajuda, ao construir um skatepark de propósito para os filhos. 
Ayumu Hirano foi um talento precoce no skate e sobretudo no snowboard. Em 2014, com apenas 15 anos, tornou-se no mais jovem medalhado olímpico no snowboard. Repetiu a medalha de prata em 2018 no half-pipe. Agora, o ranking mundial diz que ele é o melhor do mundo. Está na altura de se tornar campeão olímpico. 

 

Nas fotos, em cima, da esquerda para a direita: Marco Odermatt, Suzanne Schulting e o par Anastasia Mishina & Aleksandr Galliamov.
Em baixo, da esquerda para a direita: Mélodie Daoust, Ryoyu Kobayashi e Melanie Barbezat. 

Gonçalo Palma

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