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O que nós ouvíamos quando éramos pequeninos

O que nós ouvíamos quando éramos pequeninos

No Dia da Criança, tiramos o pó às canções que marcaram a infância de quem hoje anda a passear pela "ternura dos 40" ou está quase a chegar lá.

São canções da nossa infância que hoje, no dia em que celebramos as crianças, merecem um resgate do passado para as colunas do presente. 

São as canções dos cobiçados desenhos animados que animavam as manhãs de fim de semana ou as que abriam as nossas séries infantis, cujo enredo ainda sabemos de cor. São os temas que serviram de banda sonora aos filmes que nos sentaram pela primeira vez na cadeira do cinema e são as canções que foram criadas com um propósito didático para enriquecer (e ritmar) o nosso crescimento.

Vasculhámos, com cuidado e nostalgia, a arca dos nossos pequenos grandes tesouros de infância. O que encontrámos são hoje boas e acolhedoras memórias que arrumámos ao lado da bola da Nívea, das bombocas, dos pega-monstros, dos pin e pons, da Bota Botilde, dos estrunfes ou do cubo mágico. Eis algumas cantigas que trauteávamos em casa, na rua e na escola, entre a disciplina das aulas e a azáfama do recreio. São apenas algumas, porque a lista não tem fim.

'The Never Ending Story' (do filme "História Interminável") 

Por falar em não ter fim, foi o cantor britânico Limahl quem deu voz à fantasia sonora 'The Never Ending Story'. A canção, que não tem início nem fim, faz parte da banda sonora do filme que estreou com o mesmo nome em 1984. Em Portugal, a estreia de "História Interminável" foi um ano mais tarde e aconteceu no Fantasporto. O famoso compositor e produtor italiano Giorgio Moroder compôs e produziu o tema. A realização do filme ficou nas mãos do alemão Wolfgang Petersen. A história foi inspirada na obra literária, com o mesmo título, do alemão Michael Ende.


Com estatuto de "infinita", 'The Never Ending Story' viajou no tempo até aos dias de hoje. Em 2018, começou a fazer parte da infância da geração que acompanha a série "Stranger Things", da plataforma Netflix. O tema pautou uma das cenas mais famosas da terceira temporada.


'The Flying Theme' (do filme "E.T. O Extraterrestre")

O afável E.T. ainda hoje vive num dos cantos mais simpáticos da nossa memória. O filme "E.T. O Extraterrestre", realizado por Steven Spielberg, é um dos grandes clássicos do cinema que marcou a década de oitenta. O autor da banda sonora é o compositor John Williams, um grande amigo de Spielberg e o "dono" autoral de uma série de bandas sonoras de filmes que estão assinados pelo realizador norte-americano.


'The Flying Theme' é a música que serve a histórica cena, em que vemos o grupo de miúdos que esconde o E.T., a fugir, de bicicleta, da polícia.


'The Flying Theme' é também a música que os britânicos Coldplay escolheram para o momento da subida de palco na digressão "interplanetária" que passou recentemente pelo Estádio Cidade de Coimbra.  


'We All Stand Together'

Nos anos oitenta, Paul McCartney lançou 'We All Stand Together'.  O tema faz parte de "Rupert and the Frog Song", uma curta-metragem de 13 minutos que foi realizada por Geoff Dunbar e lançada em 1984. Lembrava-se do coro de sapos, do querido Rupert, do trendy cachecol amarelo ou dos nenúfares gigantes? E da mensagem de união da canção, que talvez só tenhamos entendido mais tarde por ser em inglês? 

'Circle of Life' 

Em português, é o "ciclo da vida". 'Circle of Life' é uma das canções da banda sonora do filme de animação "O Rei Leão", que chegou aos cinemas em 1994. O tema original, composto por Elton John e Tim Rice, é cantado por Carmen Twillie. A versão portuguesa ('Ciclo da Vida') foi parar à voz da cantora Ana Paulino. Em 1995, 'Circle of Life' foi nomeada para o Óscar de Melhor Canção Original, mas a estatueta foi para o tema 'Can You Feel the Love Tonight', que também faz parte da banda sonora do clássico da Disney. O filme, que conta a história de Simba, venceu o galardão dourado na categoria de Melhor Banda Sonora.  


O saudoso Topo Gigio

O ratinho Topo Gigio, que foi criado nos anos cinquenta em Itália, só chegou a Portugal nos anos oitenta mas arranjou logo um quartinho simpático na RTP, mais precisamente num programa televisivo apresentado por Rui Guedes. António Semedo era quem lhe dava voz. 

 

'A Cantiga do Avô Cantigas'

Nos anos oitenta, Carlos Vidal tinha de entrar em personagem para ser o avô das nossas cantigas mas agora nem por isso. Agora, o cantor já é avô na vida real. As cantigas, essas, é que não têm idade.


'O Areias'

Sabemos que o Areias era um camelo e um pouco refilão. Sabemos que andava no deserto, que gostava de se armar em bom e que, inclusivamente, andou na guerra. Era assim que a cantora Suzy Paula o descrevia o rebelde Areias na canção que lhe dedicou no início da década de oitenta. Lembra-se desta?


'Uma Árvore, Um Amigo'

Já esta é ecológica e remonta a 1984. 'Uma Árvore, Um Amigo', que na altura integrou uma campanha de preservação da floresta, é da autoria de Carlos Paião e foi interpretada por Joel Branco.


'Atchim'

Em 1983, João Nuno Salvado, conhecido apenas por João Nuno, venceu a Gala dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz, com a canção 'Atchim'. Um ano depois, o pequeno cantor levou o tema ao Sequim D'Ouro - o famoso festival internacional da canção infantil que apoiava a UNICEF.


"Eu Vi um Sapo'


A canção 'Eu Vi um Sapo' (música de César Batalha e letra de Lúcia Carvalho) é obrigatória nesta resumida recolha nostálgica. E há uma versão, em italiano, que a pequena Maria Armanda cantou no tal Sequim D'Ouro, em solo italiano, mas em 1980. 'Eu Vi um Sapo' ganhou o Sequim de Ouro e o Sequim de Prata.


'É Tão Bom', o hino da amizade 

A canção, que celebra as doçuras e alegrias da amizade, foi composta pelo compositor e dramaturgo Jorge Constante Pereira para a voz de Sérgio Godinho e para "Os Amigos de Gaspar" - a conhecida série de marionetas que a RTP exibiu em meados da década de oitenta. 


E do tema da abertura da série refrescante espanhola "Verão Azul", lembra-se?


Ou da "Rua Sésamo", a popular rua que alegrou e ensinou a criançada desde a reta final dos anos oitenta até meados dos anos noventa. 


Por falar nas aventuras que chegavam às nossas casas através da televisão, recordamos alguns genéricos que ainda hoje trauteamos com a preciosa euforia infantil na voz. 

"Dragon Ball Z"... Z... Z...


"Bana e Flapi"


"Dartacão e os Três Moscãoteiros"


"Era Uma Vez... o Espaço"


"Tom Sawyer"


"Panda Tao Tao"


"A Abelha Maia"


"Heidi"


"Ana dos Cabelos Ruivos"


Do Brasil também vieram canções que ainda hoje nos lembram a ternura dos dias da nossa infância. A colorida 'Aquarela', de Toquinho, ou a animada 'Superfantástico', cantada pela Turma do Balão Mágico e Djavan, são dois bons exemplos.

 

 

Redação

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