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"Nunca o projeto europeu foi tão ameaçado." Europeias são "absolutamente estratégicas"
Representação da Comissão Europeia em Portugal

"Nunca o projeto europeu foi tão ameaçado." Europeias são "absolutamente estratégicas"

A menos de um mês para as eleições europeias, foi "em jeito de balanço" que Elisa Ferreira, comissária europeia para a Coesão e Reformas, conversou com jornalistas portugueses em Lisboa sobre os desafios que enfrentará a UE nos próximos anos.

"O nosso problema não é a falta de dinheiro, mas as políticas públicas de qualidade." A conclusão é de Elisa Ferreira, comissária europeia para a Coesão e Reformas, que a menos de um mês para as eleições europeias juntou cerca de uma dezena de jornalista portugueses para uma conversa em Lisboa. Foi "em jeito de balanço" que Elisa Ferreira lembrou que a "coesão é a cola que nos une" enquanto europeus e deixou um alerta: "Nunca, como hoje, o projeto europeu foi tão ameaçado." Por isso, acredita a comissária, as próximas eleições europeias são "absolutamente estratégicas".

Elisa Ferreira

Elisa Ferreira lembrou que a União Europeia deve preparar-se para os próximos desafios, entre os quais destaca a guerra e o fim de um longo período de paz, o aumento da temperatura média e os eventos climáticos, a quebra demográfica e a crise migratória. Para a comissária é importante que os fundos disponíveis sejam usados num modelo de crescimento sustentável que preveja estrategicamente estas questões e que não se limite a responder a problemas imediatos.

Elisa Ferreira

Alargamento da UE

Elisa Ferreira acredita que haverá novo alargamento e que a coesão será fundamental nesse processo. Por isso, a "política de coesão deve ser reforçada" de forma a reduzir assimetrias. "É importante que os fundos que neste momento estão disponíveis sejam utilizados de forma a aumentar a resiliência, a capacidade da competitividade" para garantir o próprio "equilíbrio interno”, defende.

Extensão do PRR

Questionada sobre um possível prolongamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Elisa Ferreira considera "pouco prudente" essa expectativa. A comissária lembra que a Comissão Europeia recorreu aos mercados para se financiar e comprometeu-se a fechar o PRR em 2026 e a começar a pagar a dívida no ano seguinte e no prazo de 30 anos. Assim, por uma questão reputacional face aos mercados e ao pagamento da dívida junta-se uma questão prática e jurídica, dado que um alargamento do prazo obrigaria a uma alteração legislativa.

Teresa Mota

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