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Cientistas querem preservar 1,2% da superfície da Terra para proteger biodiversidade remanescente
Luca Bruno/AP Photo

Cientistas querem preservar 1,2% da superfície da Terra para proteger biodiversidade remanescente

Estudo publicado na Frontiers in Science indica que a medida custaria perto de 31 mil milhões de euros até 2030.

Instituições académicas e organizações ecologistas internacionais sugerem num artigo publicado esta terça-feira que é possível proteger a biodiversidade remanescente da Terra conservando apenas uma pequena percentagem da superfície do planeta, na ordem de cerca de 1,2%.

No artigo, publicado na revista de acesso aberto Frontiers in Science, os autores identificam os principais refúgios de biodiversidade que albergam vida selvagem rara e traçam um "plano acessível e viável para proteger espécies ameaçadas", refere em comunicado a universidade britânica de East Anglia, que participou no trabalho.

De acordo com a nota, "o ambicioso plano para proteger 30% da superfície da Terra até 2030 poderia preservar as últimas áreas selvagens do mundo e manter a biodiversidade crítica florescente".

O trabalho, que combina dados de satélite com levantamentos sobre biodiversidade, áreas protegidas e cobertura de solo, estima que será necessário apenas cerca de 1,2% da superfície da Terra para evitar a sexta grande extinção de vida na Terra - a quinta extinção em massa ocorreu há quase 66 milhões de anos com o desaparecimento dos dinossauros.

Segundo a análise feita, a preservação de quase 17.000 santuários de biodiversidade nos trópicos, que acolhem mais de 4.700 espécies de fauna e flora ameaçadas, custaria até 2030 cerca de 34 mil milhões de dólares (31 mil milhões de euros) anuais.

Os autores do artigo lembram que preservar a vida selvagem "é fundamental para travar e reverter a crise climática" e os seus efeitos.

Agência Lusa